sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Imigração ilegal

A Justiça do Arizona, nos Estados Unidos, condenou um ativista de direitos humanos que deixava galões de garrafas plásticas de água na fronteira com o México para prestar assistência a imigrantes entrando no país ilegalmente.

Walt Staton, da organização No More Deaths (Sem mais mortes, em tradução livre), foi condenado por poluir a reserva nacional de Buenos Aires, perto de Tucson, no sudoeste do país.


Grupo americano "No More Deaths" auxilia imigrantes
ilegais que cruzam a fronteira / Divulgação

Ele terá de cumprir pena de um ano em liberdade condicional, durante o qual deve completar 300 horas de trabalho comunitário recolhendo lixo.

A sentença, entretanto, reflete pouco do acirramento de ânimos que o caso gerou, para além da questão ambiental.

Os procuradores federais haviam pedido que o ativista fosse multado em US$ 5 mil e condenado à prisão em liberdade condicional de cinco anos. Na peça de acusação, eles notaram que o grupo escrevia, em espanhol, as palavras "Buena suerte".

"A conclusão óbvia é que o réu e o grupo No More Deaths querem ajudar imigrantes ilegais em sua tentativa de entrada", disseram. "Suas ações não foram uma questão de esforço humanitário, mas de protestar contra as políticas migratórias dos Estados Unidos."
Para os acusadores, Staton "acidentalmente deixou água para imigrantes ilegais, narcotraficantes e criminosos perigosos".

'Politização'

Staton, por sua vez, se recusou a pagar a multa de US$ 175 e insistiu no julgamento, que custou cerca de US$ 50 mil e gerou um grande debate público.

Durante o processo, outras organizações escreveram à Justiça em defesa de Staton, afirmando que é a política americana - e não as garrafas de plástico - a maior ameaça ao meio-ambiente ao longo da fronteira EUA-México.